Abril de 2005. Paulo Portas reúne pela última vez a sua comissão executiva. Várias vozes se exprimem sobre a sua sucessão. Ninguém lhe pede já que fique. Vários fazem jogos mentais sobre quem vai suceder ao chefe, sobre quem pode assegurar a quem fica a manutenção do lugar na Assembleia da República. Os olhares volvem-se para um incerto e inexistente Telmo Correia, que hesita, hesita, em assumir uma vontade que lhe dê vida política para além da sua própria permanência.
À despedida, Portas declara aos seu grupo de íntimos a que chama «comissão executiva»: não se esqueçam que A PARTE DO PARTIDO QUE CONTA ESTÁ AQUI À VOLTA DESTA MESA. Sorrisos desmaiados.
Um mês depois um CDS que não quis saber disso para nada decidiu que a parte do Partido que contava eram os seus militantes e dava a Ribeiro e Castro uma retumbante vitória, de todo imprevisível, contra o aparelho do partido.
O aparelho decidiu vingar-se. Tentou e tentou. Depois de fiasco chamado Telmo Correia, apostou num habitante de Cascais, cabeça de lista pelo Porto e deputado desse distrito chamado Pires de Lima. Lima não tardou a abandonar o seu lugar de deputado para se poder dedicar a actividades mais rentáveis, mantendo da actividade política apenas a maledicência da Direcção do Partido.
A seguir, o aparelho decidiu – parece – apostar tudo no seu expoente máximo e chefe de fila: Nuno Melo. Cedo se percebeu que Melo jamais ganharia a Castro, fosse em que dia da semana fosse. Por muito que controle o aparelho e tenha votações Kimilsunguianas na sua distrital, Melo não é da massa de que se fazem Presidentes. Podia ser, se tivesse querido, mas preferiu em devido tempo ser da raça dos seguidores devotos. Por ser assim, também falhou, aliás miseravelmente.
Esgotadas as segundas linhas, quer dizer, a parte do partido que aos olhos de Paulo Portas contava e que era a que se sentava à volta da sua mesa, sobrava o próprio Portas.
É um mistério saber se ele queria. E, a querer, em nome de quê. Mas que interessa? Os seus devotos acham que ele é um «mealheiro eleitoral» e portanto dispensa-os de se cansarem e garante-lhes a manutenção do lugar à volta daquela mesa.
Portas decidiu deixar cair a máscara de ex-presidente «supra partes» e apresentou-se com pompa e circunstância no Centro Comercial de Belém (perdão, Cultural...) como futuro presidente do CDS.
A imprensa desabou num coro de louvores: finalmente a oposição estava de volta, finalmente o CDS ia ganhar novas cores, a Ribeiro e Castro não restava mais nada que não fosse ir-se...
Como a aranha tece a sua teia, assim Paulo Portas teceu o seu regresso. Comprou boas vontades no Conselho Nacional com promessas de «sentar à mesa» quem o apoiasse desde a primeira hora; obteve anuências esquisitas para teses bizarras no Conselho Nacional de Jurisdição, sabe Deus a troco de quê... e investido em conjuntural maioria atacou a instituição a passo de carga atropelando todas as regras e decências.
Teve a sua vitória no Conselho Nacional, vitória custosa, que quebrou de vez a imagem do «estadista», do homem moderado, sensato, institucional. Estribou-se no «tribunal do partido», erigido de repente em outorgador dos 10 mandamentos. Conseguiu fazer passar por branco o que é preto, por bom o que é intrinsecamente mau.
Falta-lhe uma prova decisiva: vencer onde interessa, ou seja, junto dos militantes do CDS.
De uma coisa já a prova está feita: quem pensava que José Ribeiro e Castro ia voar como uma folha ao vento, conhece-o muito mal, a ele e aos militantes do CDS. Não só Ribeiro e Castro resistiu e ganha terreno, como a cada dia que passa soma apoios. Soma vozes, antes caladas e agora bem despertas, que dizem «por aí não! Ribeiro e Castro tem de ter o direito de provar que um partido sério, com valores, vale mais que um número de circo!».
Dia 21 de Abril, cá estaremos para ver quem ganha. De uma coisa temos a certeza: se ganhar José Ribeiro e Castro, teremos entrado definitivamente no NOVO CICLO e a mesa terá mudado definitivamente.
A palavra pertence aos militantes do CDS.
João Mota Campos
À despedida, Portas declara aos seu grupo de íntimos a que chama «comissão executiva»: não se esqueçam que A PARTE DO PARTIDO QUE CONTA ESTÁ AQUI À VOLTA DESTA MESA. Sorrisos desmaiados.
Um mês depois um CDS que não quis saber disso para nada decidiu que a parte do Partido que contava eram os seus militantes e dava a Ribeiro e Castro uma retumbante vitória, de todo imprevisível, contra o aparelho do partido.
O aparelho decidiu vingar-se. Tentou e tentou. Depois de fiasco chamado Telmo Correia, apostou num habitante de Cascais, cabeça de lista pelo Porto e deputado desse distrito chamado Pires de Lima. Lima não tardou a abandonar o seu lugar de deputado para se poder dedicar a actividades mais rentáveis, mantendo da actividade política apenas a maledicência da Direcção do Partido.
A seguir, o aparelho decidiu – parece – apostar tudo no seu expoente máximo e chefe de fila: Nuno Melo. Cedo se percebeu que Melo jamais ganharia a Castro, fosse em que dia da semana fosse. Por muito que controle o aparelho e tenha votações Kimilsunguianas na sua distrital, Melo não é da massa de que se fazem Presidentes. Podia ser, se tivesse querido, mas preferiu em devido tempo ser da raça dos seguidores devotos. Por ser assim, também falhou, aliás miseravelmente.
Esgotadas as segundas linhas, quer dizer, a parte do partido que aos olhos de Paulo Portas contava e que era a que se sentava à volta da sua mesa, sobrava o próprio Portas.
É um mistério saber se ele queria. E, a querer, em nome de quê. Mas que interessa? Os seus devotos acham que ele é um «mealheiro eleitoral» e portanto dispensa-os de se cansarem e garante-lhes a manutenção do lugar à volta daquela mesa.
Portas decidiu deixar cair a máscara de ex-presidente «supra partes» e apresentou-se com pompa e circunstância no Centro Comercial de Belém (perdão, Cultural...) como futuro presidente do CDS.
A imprensa desabou num coro de louvores: finalmente a oposição estava de volta, finalmente o CDS ia ganhar novas cores, a Ribeiro e Castro não restava mais nada que não fosse ir-se...
Como a aranha tece a sua teia, assim Paulo Portas teceu o seu regresso. Comprou boas vontades no Conselho Nacional com promessas de «sentar à mesa» quem o apoiasse desde a primeira hora; obteve anuências esquisitas para teses bizarras no Conselho Nacional de Jurisdição, sabe Deus a troco de quê... e investido em conjuntural maioria atacou a instituição a passo de carga atropelando todas as regras e decências.
Teve a sua vitória no Conselho Nacional, vitória custosa, que quebrou de vez a imagem do «estadista», do homem moderado, sensato, institucional. Estribou-se no «tribunal do partido», erigido de repente em outorgador dos 10 mandamentos. Conseguiu fazer passar por branco o que é preto, por bom o que é intrinsecamente mau.
Falta-lhe uma prova decisiva: vencer onde interessa, ou seja, junto dos militantes do CDS.
De uma coisa já a prova está feita: quem pensava que José Ribeiro e Castro ia voar como uma folha ao vento, conhece-o muito mal, a ele e aos militantes do CDS. Não só Ribeiro e Castro resistiu e ganha terreno, como a cada dia que passa soma apoios. Soma vozes, antes caladas e agora bem despertas, que dizem «por aí não! Ribeiro e Castro tem de ter o direito de provar que um partido sério, com valores, vale mais que um número de circo!».
Dia 21 de Abril, cá estaremos para ver quem ganha. De uma coisa temos a certeza: se ganhar José Ribeiro e Castro, teremos entrado definitivamente no NOVO CICLO e a mesa terá mudado definitivamente.
A palavra pertence aos militantes do CDS.
João Mota Campos
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