quinta-feira, 17 de maio de 2007

De Caixa Aberta ou com Ar Condicionado... É só uma questão de opção!

Eu continuo a acreditar que o CDS é um partido com vocação autarquica.
O que já não acredito é num CDS que se afirma e que não se anula no marasmo de algumas coligações.
Alianças a qualquer preço podem satisfazer o Ego individual, sem dúvida.
Não servirão certamente, a autonomia do CDS, os interesses dos Democrata-Cristãos!


A gestão municipal deve pautar-se por prioridades.
Prioridades e opções que deverão em primeiro plano visar o bom funcionamento do município, atendendo às necessidades dos munícipes.
Ninguém é incauto ao ponto de pensar que a gestão municipal, atendendo ao quadro financeiro, do país/poder local, é tarefa fácil.
As questões orçamentais, as dificuldades financeiras, dos municípios em geral, são preocupantes.
Resultam obviamente de um quadro conjuntural e de alguma má gestão local que tem proliferado de Norte a Sul de Este a Oeste.
É este, em regra, o panorama dos municípios portugueses e Coimbra não constitui excepção.
Todos sabemos, até o próprio Executivo Camarário o admite, que a tarefa de gerir as finanças locais, é uma tarefa difícil, que exige contenção, manobras financeiras, muita cautela e muita capacidade de gestão.
Reconhecendo esta realidade, todos numa postura de seriedade, que em política deve ser uma máxima, concordemos que é difícil, ingrata mas de suma importância, as opções que hoje se têm de fazer, perante este quadro financeiro.
Ninguém ousará negar, que sem dinheiro é difícil, quase impossível dar resposta a todas as necessidades do Município de Coimbra.
No entanto, a Gestão Municipal, com as devidas diferenças, acaba por orientar-se por um princípio básico também patente na “gestão caseira”:

- Em função do orçamento, fazemos a nossa gestão, os nossos gastos;
- Em função do orçamento planeamos as nossas prioridades;

E se na “gestão caseira”, esta escolha pode até seguir a bitola do superficial, do acessório, da vaidade pessoal, ou qualquer outra, teoricamente menos prioritária, na Gestão Municipal, porque mexe com dinheiros públicos, porque é um património que não nos pertence, porque tem de estar direccionada para o bem-estar das populações, essa bitola, essa escolha, não pode ficar sujeita a critérios frívolos, ou menos rigorosos que não sejam só e exclusivamente, o atender das prioridades básicas dos munícipes.
É com este pressuposto, para mim o único válido em “gestão pública”, que deveremos admitir, que estamos a cometer alguns erros elementares.
A opção entre renovar a frota do executivo camarário, ou iniciar uma renovação séria e planeada, para o curto prazo, da frota dos Serviços de Higiene Urbana, essa opção, não foi efectivamente a mais correcta, nem a que mais servia os munícipes de Coimbra.
É claro que todos reconhecemos, que o exercício de um cargo no município, merece dignidade.
Reconhecemos todos, certamente, que não é agradável a viatura oficial do Presidente ou de um Vereador, ficar na estrada, pelo desgaste e “velhice” da mesma.
Reconhecemos, também todos, e sabemos que os custos de meia dúzia de carros, não são comparáveis aos montantes de um veículo de recolha de lixo.
Mas admitamos também, que se não existe dinheiro, se é imperioso uma contenção orçamental, não há lugar a pequenos “luxos”, quando pela frente, podemos ter, como tivemos, os carros de recolha de lixo, encostados à box, por desgaste dos mesmos.
Em nome, não só da verdade, mas dos munícipes, assumamos que a opção da renovação de “frotas” não foi a mais correcta.
A situação vivida em Coimbra, na 6ª feira passada, não colocou em causa a saúde pública, acreditamos que não, mas colocou a nu, uma realidade que não pode ser escamoteada e muito menos adiada.
No mínimo não é agradável, que com a cidade cheia, turistas e munícipes de Coimbra, assistissem a uma recolha de lixo, terceiro mundista, em carrinhas de caixa aberta.
Reconheçamos também que não é de todo agradável, sentir a preocupação expressa pelo responsável máximo desta área, sabendo que nada pode fazer, porque a decisão final, não é sua.
Concordemos, ainda, que até 2009, embora a data possa ser emblemática, é muito tempo para esperar por uma renovação da frota para um serviço básico como é a recolha de lixo.
Fazer a renovação, de uma frota essencial, neste espaço de tempo, é efectivamente muito tempo, para não se atender a uma necessidade básica da população: Recolha de Lixo, em perfeitas condições, para o munícipe e para o próprio trabalhador.
E como é um problema financeiro, que está na génese desta situação, porque não aplicar a máxima da gestão caseira: - “ Vão-se os anéis, fiquem os dedos”;
Traduzindo; façamos uma gestão para o essencial do município, deixando o supérfluo, para melhores dias financeiros, que esperamos que cheguem.
Ainda acredito que é esta a gestão municipal que o Democrata-Cristão quer ver expressa nos seus Autarcas.
Mesmo sabendo que as forças nos bloqueiam, pelo menos levantem a voz em nome dos nossos valores de autarca Democrata-Cristão.
2009 vem longe, muita água passará pelas "Pontes do Mondego".
Maria Reina

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