sábado, 28 de abril de 2007

Sou da tal geração

Caros Amigos,

Aqui vos deixo o meu último artigo publicado no Diário de Trás-os-Montes

http://www.diariodetrasosmontes.com/index.php3


Sou da tal geração


Eu sou da tal geração. Da geração que agora é por todos falada, a “geração nascida em liberdade”. Nasci onze anos depois do 25 de Abril de 1974, o que me faz olhar para valores como a liberdade de expressão, de reunião, de imprensa e muitos mais como um dado adquirido, tendo a noção que são os Direitos que Portugal tomou como seus com a conquista do regime democrático, mas que muito há ainda por fazer para que os vivamos dia-a-dia. Por outro lado, a distância temporal que me separa da Revolução dos Cravos, permite que me veja livre dos tabus – e não são eles tão poucos – que ainda subsistem em Portugal.

Depois de uma tão falada geração rasca, veio uma geração que ainda não se sabe muito bem como apelidar. Somos uma geração que constantemente ouve apelos ao seu espírito irreverente e inconformista, mas que a sociedade olha de lado quando, como qualquer jovem que se preze, deitamos abaixo barreiras e pretendemos ir mais além.

Dos discursos da sessão comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, tiveram especial destaque o do Presidente Cavaco Silva e do Deputado do PSD Paulo Castro Rangel. Relativamente a este último, muita tinta tem corrido. Eu limito-me a aplaudi-lo. 33 anos depois, já é hora que se concretize os ideais do 25 de Abril e que não nos limitemos a comemorar este dia, ano após ano, como mais um feriado, como uma comemoração do políticamente correcto. Aliás, haverá melhor homenagem ao Dia da Liberdade do que colocá-la em práctica? Penso que não... A não ser que se tema o resultado de discursos que vão para além da “pancadinha nas costas”, das meras palavras de circunstância.

Tendo eu estudado num Colégio Privado e frequentando agora uma Universidade Pública, não consigo compreender a volta que se tenta dar à História. Dois exemplos prácticos. Durante a escolaridade obrigatória, quantas referências que correspondam à realidade da descolonicação portuguesa são referidos? Porque é que o 25 de Novembro de 1975 não é referido? Haverá dúvidas que se a democracia portuguesa teve o seu início aquando do 25 de Abril de 1974, com a queda do regime ditatorial, mas que esta apenas se afirmou no 25 de Novembro de 1975, com a vitória dos valores realmente democráticos? Se é verdade que o 25 de Novembro não seria possível sem o 25 de Abril, não é menos verdade que o 25 de Abril de 74 sem o 25 de Novembro de 75 não seria relacionado com liberdade, já que foi este último que impediu que Portugal fosse, mais uma vez, conduzido para caminhos autoritários.

Um outro assunto que causa ainda (muito) mal-estar na nossa sociedade é a exigência de uma revisão constitucional que ponha finalmente de parte a vertente ideológica que a nossa Constituição ainda tem. Numa sociedade onde se concretizem os valores democráticos, não há imposição de modelos, sejam eles quais forem. Não sou socialista e não percebo porque é que a Constituição do meu País, no seu preâmbulo, apresenta como objectivo do povo português “Abrir caminho para uma sociedade socialista”. Afinal, se é a liberdade que se pretende, porque é que se colocam directrizes que bem se sabe que não são unanimes?

Orgulhosamente natural do Interior português, sinto-me a caminhar a passos firmes para uma nova ditadura: a ditadura dos números. Eu ainda sou do tempo em que a grande maioria das aldeias do meu distrito tinha a sua escola primária – as tais, do tempo “da outra Senhora” e que não fica nada bem elogiar. Mas não fiquemos pelas Escolas, lembremo-nos dos serviços de saúde, das vias de comunicação, dos acessos,... Um país Europeu, livre e democrático, não deveria ter como uma das principais prioridades o desenvolvimento integral do seu território e a aproximação dos serviços ás populações? Não é isto também liberdade, igualdade e segurança?

Nascer em liberdade não é sinónimo de não lhe reconhecer valor, bem pelo contrário. Agora que até os discursos do 25 de Abril já não são o que eram, chegou o tempo de colocar as belas frases sobre democracia e liberdade em prática. Sem medos, nem tabus.
Ana Soares

domingo, 22 de abril de 2007

Eu continuo a acreditar!

Continuo a acreditar!

Ao contrário do que eu desejava, o Dr. Paulo Portas foi eleito presidente do CDS-PP, quem felicito pela eleição e desejo bom trabalho pelo nosso CDS. Desde já, assumo aqui um compromisso: continuarei a dar a cara pelo partido em que acredito e internamente o CDS poderá continuar a contar comigo, concordando, discordando, apresentando novas ideias. O que jamais farei é prejudicar o partido, por isso mesmo não seguirei, como sei que não seguirão os apoiantes de Ribeiro e Castro, uma linha sequer parecida com a oposição que os derrotados nos últimos dois congressos seguiram. Porque não somos assim, porque estamos cá pelo CDS!

Continuo a acreditar! A Acreditar no partido que sempre foi o meu desde que me filiei na JP aos 14 anos, a acreditar que o CDS é um partido de futuro, a acreditar que o melhor rumo para o partido não é o escolhido, mas que com ele seguirei.

Nunca fui uma seguidista. Não o serei agora. Olho o futuro do CDS e vejo que está definitivamente aberta a janela que permite a todos opinar, tenham uma opinião semelhante, ou não, de quem agora assume o poder. Cá estarei para aplaudir quando assim for merecido, mas também para criticar construtivamente e propor quando outro caminho se mostrar mais proveitoso. É por aqui que devemos seguir. Pela diferença. Porque o que era mau para nós ontem, não é bom para outros hoje, não é bom para o CDS de amanhã.

Um palavra de agradecimento para todos os membros da CPN com quem trabalhei. E não, não é uma despedida nem uma saudação nostálgica! Tal não faria sentido, pois sei que continuaremos com o CDS, com as nossas opiniões, com a vontade de fazer o nosso partido evoluir.

Foi um privilégio fazer parte de uma Comissão Política Nacional presidida pelo Dr. Ribeiro e Castro, com quem muito aprendi e que cada vez mais admiro. Mas mais do que isso, é uma verdadeira alegria, uma fonte de ânimo e incentivo saber que o CDS conta com ele, não para fazer travessias no deserto ou cruzeiros em mar alto, mas para continuar a trabalhar pelo CDS!

Ana Soares