quarta-feira, 11 de abril de 2007

Recordar é viver

Paulo Portas quer renovar o CDS, modernizá-lo, torná-lo um partido dos jovens? Para recordatória:
Congresso de Matosinhos, 2003
Diario Económico
Congresso do CDS/PP 2003/09/29
F.S.C.
Portas dispensa metade da comissão directiva e governantes ganham peso na vida do partido
A renovação do CDS era uma das ideias fortes que Portas queria passar neste congresso, mas o líder democrata-cristão tinha um problema: como mudar os rostos da direcção do partido sem comprar uma guerra com os dirigentes que teriam que ser dispensados?
A solução foi engenhosa: Portas acabou com a comissão directiva, criando, em seu lugar, uma comissão executiva, mais reduzida, com o argumento de que essa nova estrutura teria que ser mais ágil e mais funcional. Portas não foi tão longe como defendia o seu amigo e conselheiro Luís Nobre Guedes, que gostaria que a directiva (com este ou outro nome) fosse ainda mais reduzida, e que a renovação de protagonistas fosse ainda maior, mas andou lá perto.
O resultado acabou por ser um “despedimento colectivo” no topo da direcção do CDS, de onde saem dirigentes históricos, como Narana Coissoró, Anacoreta Correia, Manuel Queiró, Pedro Brandão Rodrigues ou Basílio Horta (este, por incompatibilidade dessas funções com o cargo de embaixador na OCDE), mas também nomes historicamente ligados ao “portismo”, como João Rebelo, Sílvio Servan ou Álvaro Castelo Branco.
Dos catorze nomes que estavam na anterior comissão directiva sem ser por inerência de outros cargos, oito descem para a comissão política nacional do partido, o segundo órgão no organigrama interno. Destes, apenas Álvaro Castelo Branco vai ter um pelouro, ficando como coordenador autárquico.
Novidades ao nível da comissão executiva, apenas duas: Nuno Magalhães e Teresa Caeiro, os rostos mais proeminentes da nova geração de dirigentes do CDS. Ambos são secretários de Estado (da Administração Interna e da Segurança Social, respectivamente) e juntam-se a outros dois governantes que integram o órgão máximo do CDS: Celeste Cardona, ministra da Justiça, e o próprio Portas.
Para além de Teresa Caeiro, Nuno Magalhães e Celeste Cardona, integram a comissão executiva Nobre Guedes (cuja saída tinha sido dada como certa, mas acabou por não acontecer), Lobo Xavier, Telmo Correia, António Pires de Lima, Abel Pinheiro, Ribeiro e Castro e Pedro Mota Soares (que foi reconduzido como secretário-geral) e o líder parlamentar, Telmo Correia.
As outras novidades, em termos de nomes, verificam-se na comissão política nacional, que engorda para cerca de 60 membros. É aí que surgem algumas das apostas de Portas para o futuro, como sejam Manuel Sampaio Pimentel (novo vice-presidente da CCR Norte).
«O CDS abre as suas janelas a uma nova geração», disse Portas no final do congresso, garantindo que este é um partido «com jovens, de jovens e para jovens».
Lembra alguma coisa? e querem apostar que teríamos direito ao mesmo tipo de «nova geração» se Portas ganhasse em 2007?
João Mota Campos

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