Pela Importância de que se reveste, aqui publicamos esta carta aberta:
"Carta Aberta aos militantes do CDS-PP Algarve (16/04/2007)
EU ACREDITO!
No mesmo dia em que, pela manhã, aceitara honradamente o convite para integrar os dois terços da lista para a Comissão Política Nacional que o Dr. Ribeiro e Castro iria anunciar nessa tarde, resumi mentalmente a leitura que faço – enquanto Presidente da Distrital – das principais preocupações e anseios dos militantes do CDS-PP Algarve para estas eleições directas e preparei duas questões para essa mesma noite.
Para essa noite em Lagoa, estava marcada uma sessão de esclarecimento dada pelo Dr. Paulo Portas que acolhera a sugestão e a disponibilidade que eu lhe havia demonstrado na 5ª feira Santa, havia mais de uma semana, para que viesse ao Algarve no decorrer da sua campanha para «Presidente Directo» do CDS-PP.
Não sendo seu apoiante, também não me pareceu natural que sendo o Dr. Paulo Portas um dos dois possíveis «Presidentes Directos» do CDS-PP dentro de uma semana, que o Presidente do partido no Algarve não o recebesse, como deve a qualquer dirigente nacional que aqui se desloque. Para mais, tanto a aceitação da sugestão por mim lançada, como o posterior convite pessoal do Dr. Paulo Portas para que eu estivesse presente reforçaram ainda mais esta convicção.
Mais do que apenas receber um candidato estava, munido com aquelas duas perguntas, decidido a cumprir o dever de um Presidente Distrital e tentar que os militantes do partido no Algarve saíssem daquela sessão com as respostas para as suas principais preocupações e anseios no que a estas eleições dizem respeito. Pura decepção!
Antes... Puras decepções já que, numa só iniciativa, senti-me duplamente defraudado: na forma e no conteúdo. Na forma porque não foram permitidas quaisquer perguntas, o que não permitiu o esclarecimento de qualquer questão sobre o debate que travamos presentemente. No conteúdo porque, no essencial, todos os aspectos relevantes para este debate que nos foi imposto, foram deliberadamente esquecidos e ignorados pelo Dr. Paulo Portas no seu discurso.
Centrando o discurso no Governo, no Partido Socialista e em José Sócrates, ignorando deliberadamente o CDS-PP, as suas questões internas, os seus anseios, as suas estruturas, os seus modelos de organização, a implantação, a formação política e doutrinária dos militantes, enfim, tudo o que ao CDS-PP enquanto força política diz respeito, o Dr. Paulo Portas demonstrou porque «sacou da cartola» a questão das directas: pretende uma passadeira – uma ponte aérea – que o leve directamente para a presidência do partido e para esse (necessário e urgente) combate ao Governo, não se maçando nem perdendo muito tempo com o próprio CDS-PP. Também por isso prefiro o Congresso e sempre me opus às directas. Num Congresso, esta fuga ao debate é mais difícil, senão mesmo impossível.
Não tenho grande dificuldade em admitir que Portas seja mais mediático que Castro. Nem que Portas incomodará mais a Sócrates que Castro. Com Portas o CDS-PP terá mais televisão, mais espectáculo, mais energia. Porventura terá também menos base, menos doutrina, menos segurança no futuro sem o mediatismo de um líder. Será um CDS refém da sua falta de implantação, estrutura e doutrina. Foi como ficámos e o que estava agora a ser alterado.
O que desejo, de viva alma, é um CDS-PP que se repense, em todos os pontos e aspectos da sua estrutura. Um CDS que se implante com quadros concelhios e distritais a quem uma Direcção Nacional saiba promover, em vez de impôr figuras nacionais da sua escolha a essas estruturas. Não só pelas estruturas do CDS-PP mas essencialmente porque os eleitores de cada Concelho ou Distrito não gostam de pára-quedistas políticos. Quero um CDS eficaz pela sua força própria, pela sua implantação, propostas e doutrina, independentemente do líder que possa ter. Quero libertar o refém, tornando-o suficiente e eficaz por si próprio, pelo seu valor enquanto instituição. Eu quero, o Algarve e Portugal precisam. – EU ACREDITO!
O que Portas personifica e propõe é um meio fácil e rápido de vitalizar o partido para incomodar o Governo, uma espécie de Via Verde política em contraponto ao que Castro tem vindo a fazer. Castro prefere uma sólida e segura construção basista, doutrinária e intelectualmente consistente. Castro personifica um CDS que, seja quem for o seu líder, terá sempre algo para oferecer ao eleitores e será uma forte âncora para o centro direita em Portugal. Até aqui duas opções já por si bastante diferentes.
Mas a questão que se me levanta é ainda mais profunda. Esta Via Verde, além de só propor resolver os problemas do CDS a curto prazo, não lhe dando garantias para o futuro, vai impreterivelmente esbarrar nas Legislativas de 2009. Não é de todo previsível que o PS vá perder essas eleições. Eu diria mesmo que, a continuar neste caminho, até 2009 o PS terá argumentos suficientes para renovar a maioria absoluta que já detém. E então? O que é que restará ao CDS, após esse falhanço? Começar de novo o que já tinha sido iniciado e que agora nos é proposto renunciar em troca de um caminho mais rápido, mais fácil? Temo que o CDS se torne demasiado parecido com o país, sem rumo a médio/longo prazo, vivendo de estratégias momentâneas e com navegação à vista.
A melhor oportunidade que se nos coloca é votar pela continuidade do projecto mais sólido, mais seguro, de maior confiança. Um projecto de futuro. Não o futuro apenas do amanhã, mas virado para uma continuidade segura no tempo. É essencial apoiar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Secretaria-Geral. Defender a continuidade do apoio e formação dos autarcas. Incentivar ainda mais a dinamização do Conselho Económico e Social/Gabinete de Estudos. Não dispensar a formação política e a promoção dos dirigentes locais que tem vindo a ser feita. – EU ACREDITO!
As duas perguntas que levava para essa noite em Lagoa versavam exactamente sobre os pontos que descrevi no parágrafo anterior e que creio serem essenciais à libertação e sobrevivência do CDS-PP a longo prazo:
Considerando a necessidade da continuação deste trabalho...
Como é que o Dr. Paulo Portas se propõe fazê-lo? E com quem?
EU ACREDITO E VOTO na capacidade de quem está a fazer.
Miguel Camelo
Presidente do CDS-PP Algarve"
EU ACREDITO!
No mesmo dia em que, pela manhã, aceitara honradamente o convite para integrar os dois terços da lista para a Comissão Política Nacional que o Dr. Ribeiro e Castro iria anunciar nessa tarde, resumi mentalmente a leitura que faço – enquanto Presidente da Distrital – das principais preocupações e anseios dos militantes do CDS-PP Algarve para estas eleições directas e preparei duas questões para essa mesma noite.
Para essa noite em Lagoa, estava marcada uma sessão de esclarecimento dada pelo Dr. Paulo Portas que acolhera a sugestão e a disponibilidade que eu lhe havia demonstrado na 5ª feira Santa, havia mais de uma semana, para que viesse ao Algarve no decorrer da sua campanha para «Presidente Directo» do CDS-PP.
Não sendo seu apoiante, também não me pareceu natural que sendo o Dr. Paulo Portas um dos dois possíveis «Presidentes Directos» do CDS-PP dentro de uma semana, que o Presidente do partido no Algarve não o recebesse, como deve a qualquer dirigente nacional que aqui se desloque. Para mais, tanto a aceitação da sugestão por mim lançada, como o posterior convite pessoal do Dr. Paulo Portas para que eu estivesse presente reforçaram ainda mais esta convicção.
Mais do que apenas receber um candidato estava, munido com aquelas duas perguntas, decidido a cumprir o dever de um Presidente Distrital e tentar que os militantes do partido no Algarve saíssem daquela sessão com as respostas para as suas principais preocupações e anseios no que a estas eleições dizem respeito. Pura decepção!
Antes... Puras decepções já que, numa só iniciativa, senti-me duplamente defraudado: na forma e no conteúdo. Na forma porque não foram permitidas quaisquer perguntas, o que não permitiu o esclarecimento de qualquer questão sobre o debate que travamos presentemente. No conteúdo porque, no essencial, todos os aspectos relevantes para este debate que nos foi imposto, foram deliberadamente esquecidos e ignorados pelo Dr. Paulo Portas no seu discurso.
Centrando o discurso no Governo, no Partido Socialista e em José Sócrates, ignorando deliberadamente o CDS-PP, as suas questões internas, os seus anseios, as suas estruturas, os seus modelos de organização, a implantação, a formação política e doutrinária dos militantes, enfim, tudo o que ao CDS-PP enquanto força política diz respeito, o Dr. Paulo Portas demonstrou porque «sacou da cartola» a questão das directas: pretende uma passadeira – uma ponte aérea – que o leve directamente para a presidência do partido e para esse (necessário e urgente) combate ao Governo, não se maçando nem perdendo muito tempo com o próprio CDS-PP. Também por isso prefiro o Congresso e sempre me opus às directas. Num Congresso, esta fuga ao debate é mais difícil, senão mesmo impossível.
Não tenho grande dificuldade em admitir que Portas seja mais mediático que Castro. Nem que Portas incomodará mais a Sócrates que Castro. Com Portas o CDS-PP terá mais televisão, mais espectáculo, mais energia. Porventura terá também menos base, menos doutrina, menos segurança no futuro sem o mediatismo de um líder. Será um CDS refém da sua falta de implantação, estrutura e doutrina. Foi como ficámos e o que estava agora a ser alterado.
O que desejo, de viva alma, é um CDS-PP que se repense, em todos os pontos e aspectos da sua estrutura. Um CDS que se implante com quadros concelhios e distritais a quem uma Direcção Nacional saiba promover, em vez de impôr figuras nacionais da sua escolha a essas estruturas. Não só pelas estruturas do CDS-PP mas essencialmente porque os eleitores de cada Concelho ou Distrito não gostam de pára-quedistas políticos. Quero um CDS eficaz pela sua força própria, pela sua implantação, propostas e doutrina, independentemente do líder que possa ter. Quero libertar o refém, tornando-o suficiente e eficaz por si próprio, pelo seu valor enquanto instituição. Eu quero, o Algarve e Portugal precisam. – EU ACREDITO!
O que Portas personifica e propõe é um meio fácil e rápido de vitalizar o partido para incomodar o Governo, uma espécie de Via Verde política em contraponto ao que Castro tem vindo a fazer. Castro prefere uma sólida e segura construção basista, doutrinária e intelectualmente consistente. Castro personifica um CDS que, seja quem for o seu líder, terá sempre algo para oferecer ao eleitores e será uma forte âncora para o centro direita em Portugal. Até aqui duas opções já por si bastante diferentes.
Mas a questão que se me levanta é ainda mais profunda. Esta Via Verde, além de só propor resolver os problemas do CDS a curto prazo, não lhe dando garantias para o futuro, vai impreterivelmente esbarrar nas Legislativas de 2009. Não é de todo previsível que o PS vá perder essas eleições. Eu diria mesmo que, a continuar neste caminho, até 2009 o PS terá argumentos suficientes para renovar a maioria absoluta que já detém. E então? O que é que restará ao CDS, após esse falhanço? Começar de novo o que já tinha sido iniciado e que agora nos é proposto renunciar em troca de um caminho mais rápido, mais fácil? Temo que o CDS se torne demasiado parecido com o país, sem rumo a médio/longo prazo, vivendo de estratégias momentâneas e com navegação à vista.
A melhor oportunidade que se nos coloca é votar pela continuidade do projecto mais sólido, mais seguro, de maior confiança. Um projecto de futuro. Não o futuro apenas do amanhã, mas virado para uma continuidade segura no tempo. É essencial apoiar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Secretaria-Geral. Defender a continuidade do apoio e formação dos autarcas. Incentivar ainda mais a dinamização do Conselho Económico e Social/Gabinete de Estudos. Não dispensar a formação política e a promoção dos dirigentes locais que tem vindo a ser feita. – EU ACREDITO!
As duas perguntas que levava para essa noite em Lagoa versavam exactamente sobre os pontos que descrevi no parágrafo anterior e que creio serem essenciais à libertação e sobrevivência do CDS-PP a longo prazo:
Considerando a necessidade da continuação deste trabalho...
Como é que o Dr. Paulo Portas se propõe fazê-lo? E com quem?
EU ACREDITO E VOTO na capacidade de quem está a fazer.
Miguel Camelo
Presidente do CDS-PP Algarve"
1 comentário:
tens um nome porreiro....facilita a identificação.
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